Psst… Você, aí. Sim você mesmo. Está a ouvir? É o nosso silêncio que o chama. Nele tudo cala, e apenas se ouve o assobio da brisa mansa nos pinheiros, o crepitar da lenha na fogueira e o canto das cigarras a embalar o dia para a noite. Consegue sentir o cheiro? É aroma a erva seca e a legumes frescos. Ou será a lareira acesa? Talvez seja o aroma a café pronto ou a receitas caseiras remexidas no lume brando a pensar sem pressas no jantar sem horas. Está a ver? É o essencial, que, aqui, fica mais visível aos olhos. Duas casinhas azuis e brancas com as luzes ligadas e o fumo a sair pela chaminé; a natureza impressa na pegada de um bicho e no verde amarelado das plantas; o céu espelhado de azul durante o dia e salpicado de constelações chegada a noite. Está a sentir? É a serenidade plana que o torna pleno; é a terra que se entranha na pele; é o espírito arejado ao vento; é a alma quente com o sol em brasa; é o coração, a bater por se sentir tão cheio com a simplicidade do tão pouco. Venha. Viaje até aqui. Pouse as malas e as preocupações. Renda-se ao descanso estendido na rede. Alimente-se do que lhe faz bem à alma. Respire mais fundo de um ar mais puro. Olhe à volta. Feche os olhos. E deixe-se levar. Em todos os sentidos.